quinta-feira, 30 de julho de 2009

Arctic Monkeys - Humbug

Se por um lado a internet está cheia de coisas inuteis como blogs,twitter e pornografia ( inuteis?) e alienantes,ela também te proporciona coisas maravilhosas, muitas vezes fora da lei, mas incríveis.
Nesse caso não foi muito bom para a Domino Record, gravadora dos ingleses do Arcitic Monkeys. Já os macacos devem estar pouco se lixando se o Humbug vazou quase um mês antes do seu lançamento ( previsto pro dia 24 de agosto), mas isso já é outra discussão, que tem se tornado muito polêmica nos ultimos tempos. Discussão que pouco me importa.
Hoje eu acordei 10 minutos antes da web transmission do pocket-show que a banda faria para divulgação do álbum e enquanto estou no orkut vendo alguns comentarios pré-show eu me deparo com a bomba que o cd aguardadissimo na cena indie (não mais tão indie) tinha vazado. Uma bomba já prevista. Algo como se o Obama convocasse uma entrevista coletiva e dissesse que o Bush foi um babaca enquanto presidente dos Estados Unidos. Mas enfim, em menos de 1 hora eu já tinha ouvido todas as faixas do "novo" Arctic Monkeys. E tudo isso graças a tão querida internet.
Mas o assunto aqui não é a internet (não nesse post). O assunto é o pequeno grande album dos caras de Sheffield. E sobre pequeno ,não quero dizer que as músicas são minimalistas ou rasas mas sim sobre o tamanho do album. Apenas 10 músicas na versão UK e USA, o que já mostra uma mudança dos rapazes que estreiaram na cena musical depois do album Whatever People Say that's what I'm Not com 13 faixas e teve seu sucessor, Favourite Worst Nightmare com 14 faixas (contando as extras da versão Japan). Outras coisas que também davam a perceber que eles mudariam em relação aos trabalhos anteriores mesmo antes de ouvir as novas músicas é o nome do album ,dessa vez uma só palavra : HUMBUG (trapaça) e o visual dos músicos. Os 4 adolescentes que em 2005 estavam cheio de espinhas, calças apertadas e cabelos curtos se tornaram em cabeludos, hippies. (O Alex Turner por exemplo parece até a Mallu Magalhães em algumas fotos).Mudança já também anunciada quando vimos que o produtor do album seria o Josh Homme ( vocalista do QOTSA) e pelas declarações dos membros da banda, dizendo que estavam ouvindo bastante Jimi Hendrix.
Isso mostra uma outra fase da banda, uma fase muito diferente das que eles ja tinham passado. Uma frase que eu li na comunidade Arctic Monkeys Brasil no orkut sintetiza toda essa mudança: "Arctic Monkeys fall into heroin". Não sei se realmente aconteceu, mas a mudança foi como se fosse veridico. E quando falo isso não quero dizer que isso é ruim ou bom, é apenas uma grande mudança de muitas outras que podem ou não ocorrer. Tipo quando o Dylan começou a cantar música gospel, manja?
Músicas densas e intensas, sem toda a velocidade características das músicas do primeiro album. A impressão de que todo o dark de dentro do Alex Turner foi expelido nesse album. E isso de maneira nenhuma quer dizer que o album seja ruim, muito pelo contrario. O album está muito bonito e gostoso de ser ouvido. Com letras profundas e básicamente sobre relações afetuosas ,não mais adolescentes como as letras do primeiro album da banda. Letras que fazem você pensar de onde esse tal Alex tira tanta inspiração. Letras que só podem ser criadas por alguem super talentoso. Talentoso e com um dark side muito criativo.
Outra mudança é a utilização de apenas uma guitarra em algumas músicas, algo muito raro de se ouvir nos antecessores de Humbug. Agora em diversas faixas Jamie Cook é o unico guitarrista enquanto Turner fica com o trabalho de apenas soltar sua voz cheia de sotaque, de uma maneira profunda e muito diferente por exemplo das rouquidão adolescente que estava presente no primeiro album. Diferença que já tinha sido muito grande em Favourite Worst Nightmare.
E tudo isso chocou muitas pessoas que não estavam preparadas para ouvir tal mudança. Eu odeio esses clichês sobre bandas que quando mudam dizem que eles amadureceram como músicos ou que eles evoluiram. Mas eles não são os mesmo jovens de 5 anos atrás que viviam em Sheffield atrás de bebedeira e garotinhas da idade deles. A vida deles mudaram. Eles mudaram, estão mais velhos e vivem em uma realidade diferente da de quando começaram, outro cotidiano e isso certamente infleuncia no som de qualquer banda.
Se você quer o Arctic Monkeys de Whatever People Say..., com um rock veloz e falando sobre a vida adolescente, certamente não gostará do album.
Se você está disposto a mudanças e uma sonoridade totalmente diferente da que eles ja tinha produzidos, gostará muito do album assim como eu.
Talvez não seja o melhor album da discografia Monkiana, ou o que você mais escutará daqui a alguns anos, mas certamente é um grande album, como todos os outros de Turner & Cia.
Eles definitivamente não são mais os mesmo, mas isso de maneira nenhuma é algo ruim.

Arctic Monkeys - Crying Lightning

4 comentários:

  1. PARABÉNS,VOCE REALMENTE TEM TALENTO.
    CONTINUE ASSIM ,ÓTIMA ANALISE DO ALBUM!

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  2. Gosteiii kara!!!!
    que tal vc ouvir um pouco de musicas dos anos 80....

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  3. Amei a resenha. Acho qeu você tem razão. Mais por enquanto ainda prefiro o AM de Whatever,.. Mas isso talvez seja por ainda estou nos meus 16 anos. Talvez daqui alguns tempo já acabe preferindo esse lado mais dark do AM mesmo. Ou não. Mas também não acho que ficou ruim. Gostei muito de Dangerous Animals e mais umas 3 faixas do albúm. Mas ver o que acontece. Bjs e boa sorte como blog!

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  4. Acho tudo muito lindo e legal. Agora vamos escrever sobre o verdadeiro rock. Que tal?! OZZY NA VEIA CUMPADI

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